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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Poema "Gente com alma de Mar"

30.07.21 | RF

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Partilho convosco este poema  de minha autoria, que foi selecionado para integrar o Volume I da Antologia de Literatura Contemporânea, intitulada “Alma de Mar" da Chiado Books

 

"Gente com Alma de mar"

 

Nem as tormentas das águas selvagens do atlântico

Nem as de nenhum outro qualquer mar deste mundo

Vergaram a determinação do povo lusitano, ousado

Tampouco venceram este sentimento profundo

 

De as águas revoltosas e salgadas, marear

Em nome de Deus e de um povo, determinado

Sequioso de conhecimento e conquistas além-mar

Em perfeita simbiose com o elemento enfrentado

 

Povo de terra e de mar, de fé e de saudade

Impelido pelas velas enfunadas de esperança

Enfrentou monstros, crenças e dogmas de verdade

E fundeou naus em terras que o olhar não alcança

 

Nobre povo imortal, que descobristes o mundo novo

Especiarias, sedas e pedras preciosas, ó fortuna ilusão

De entre os povos te tornaste num só povo

Mas perdeste-te no ouro negro, agrilhoados no porão

 

Séculos se esfumaram, leis e costumes foram alterados

Legado da expressão deixado a um povo novo, abandonado

Altivo, poderoso, de tez escura e sotaques variados

Que apesar de vencido, nunca foi quebrado

 

O lusitano que ao mar se lançou e abraçou o mundo

Não se aquieta nem se conforma, antes se agita

Como a força das ondas, se levanta num só segundo

Adapta-se e transforma-se, assim Deus o permita.

 

Rui Ferreira

Penafiel

#ruiferreiraautor
#autoresportugueses
#autoresnacionais

Poema "Gente com alma de Mar"

30.07.21 | RF

 unnamed.png

 

Partilho convosco este poema  de minha autoria, que foi selecionado para integrar o Volume I da Antologia de Literatura Contemporânea, intitulada “Alma de Mar" da Chiado Books

 

"Gente com Alma de mar"

 

Nem as tormentas das águas selvagens do atlântico

Nem as de nenhum outro qualquer mar deste mundo

Vergaram a determinação do povo lusitano, ousado

Tampouco venceram este sentimento profundo

 

De as águas revoltosas e salgadas, marear

Em nome de Deus e de um povo, determinado

Sequioso de conhecimento e conquistas além-mar

Em perfeita simbiose com o elemento enfrentado

 

Povo de terra e de mar, de fé e de saudade

Impelido pelas velas enfunadas de esperança

Enfrentou monstros, crenças e dogmas de verdade

E fundeou naus em terras que o olhar não alcança

 

Nobre povo imortal, que descobristes o mundo novo

Especiarias, sedas e pedras preciosas, ó fortuna ilusão

De entre os povos te tornaste num só povo

Mas perdeste-te no ouro negro, agrilhoados no porão

 

Séculos se esfumaram, leis e costumes foram alterados

Legado da expressão deixado a um povo novo, abandonado

Altivo, poderoso, de tez escura e sotaques variados

Que apesar de vencido, nunca foi quebrado

 

O lusitano que ao mar se lançou e abraçou o mundo

Não se aquieta nem se conforma, antes se agita

Como a força das ondas, se levanta num só segundo

Adapta-se e transforma-se, assim Deus o permita.

 

Rui Ferreira

Penafiel

Saudade infinita

28.07.21 | RF

mãe.jpg

Porque partiste?

Porque tiveste de ser tu a partir?

Porque tive que ser privado de ti? Da tua companhia, do teu carinho, do teu amor, do teu aconchego?

Perguntas para as quais não consigo encontrar respostas, pelo menos respostas que me confortem e que justifiquem a tua precoce partida. Que justificação poderá haver para uma ausência que no seu lugar apenas deixa dor, sofrimento e incompreensão?

Haverá porventura, amor maior do que o amor de uma mãe? Dizem-me que não. Sinceramente não sei, porque não o tive em tempo suficiente, porque me foi roubado em criança. Tal como me foram roubadas as memórias e as recordações. Restam apenas fragmentos nebulosos. E dor.

Como é que se explica a uma criança, de 9 anos, que não voltará mais a ver a sua mãe? Que terá que enfrentar o mundo, indefeso, sozinho, fragilizado. Que nunca mais terá o seu porto de abrigo, o seu rochedo.

Esta ausência que nunca, mas nunca, se preenche, antes se expande e contamina o nosso subconsciente, marca-nos para a vida. Retira-nos a parte mais importante do nosso crescimento, mexe bem lá no fundo, com os nossos sentimentos, abala todos os pilares que a sociedade nos ensina e procura consolidar. Alguns não foram abalados, foram literalmente obliterados, confesso.

Senti-me compelido a criar uma carapaça que me protegesse do mundo exterior. Se me tornou mais forte? Talvez sim, para quem vê apenas o exterior, porque lá dentro tudo permanece imutável, cristalizado desde o momento da partida. À espera de respostas, à espera de um dia conseguir reunir-me contigo e voltar a preencher o vazio da tua ausência.

Tenho a certeza de que onde quer que estejas, me estás a seguir, porque quando olho o céu, uma estrela brilha mais do que todas as outras.

Saudade infinita.

 

#ruiferreiraautor
#autoresportugueses
#autoresnacionais

Saudade infinita

28.07.21 | RF

 mãe.jpg

Porque partiste?

Porque tiveste de ser tu a partir?

Porque tive que ser privado de ti? Da tua companhia, do teu carinho, do teu amor, do teu aconchego?

Perguntas para as quais não consigo encontrar respostas, pelo menos respostas que me confortem e que justifiquem a tua precoce partida. Que justificação poderá haver para uma ausência que no seu lugar apenas deixa dor, sofrimento e incompreensão?

Haverá porventura, amor maior do que o amor de uma mãe? Dizem-me que não. Sinceramente não sei, porque não o tive em tempo suficiente, porque me foi roubado em criança. Tal como me foram roubadas as memórias e as recordações. Restam apenas fragmentos nebulosos. E dor.

Como é que se explica a uma criança, de 9 anos, que não voltará mais a ver a sua mãe? Que terá que enfrentar o mundo, indefeso, sozinho, fragilizado. Que nunca mais terá o seu porto de abrigo, o seu rochedo.

Esta ausência que nunca, mas nunca, se preenche, antes se expande e contamina o nosso subconsciente, marca-nos para a vida. Retira-nos a parte mais importante do nosso crescimento, mexe bem lá no fundo, com os nossos sentimentos, abala todos os pilares que a sociedade nos ensina e procura consolidar. Alguns não foram abalados, foram literalmente obliterados, confesso.

Senti-me compelido a criar uma carapaça que me protegesse do mundo exterior. Se me tornou mais forte? Talvez sim, para quem vê apenas o exterior, porque lá dentro tudo permanece imutável, cristalizado desde o momento da partida. À espera de respostas, à espera de um dia conseguir reunir-me contigo e voltar a preencher o vazio da tua ausência.

Tenho a certeza de que onde quer que estejas, me estás a seguir, porque quando olho o céu, uma estrela brilha mais do que todas as outras.

Saudade infinita.

Poema "Triste Fado"

23.07.21 | RF

223004971_279961327225285_3404842128234794515_n.jp

Partilho convosco este poema singelo de minha autoria, que foi selecionado para integrar o Volume XII da Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea “Entre o Sono e o Sonho" da Chiado Books


"Triste Fado

Quis este meu triste fado
Que no embalo de um sonho falhado
Me tornasse em algo que não sou
Sou esboço não desenhado, mera pintura que borrou


Ator de um sonho não sonhado, espectro de alguém que nunca voltou
Figurante de um pesadelo inacabado, aprendiz de feiticeiro que nunca se revelou.
Do nada um raio de luz rasgou o negrume
E tu chegaste radiante, ameaçando este velho costume


De permanecer na penumbra, sombrio
Acossado por velhas lembranças, fortes como um rio.
E da noite se fez dia, das trevas se fez luz
Hoje sou quem não fui, nem sequer fui o que supus


Não fosses tu, ó minha linda feiticeira
Trazer-me à luz da tua fogueira
E deambularia deslembrado por aí, esquecido
Solitário, desapaixonado, perpetuamente vencido."

 

Rui Ferreira

Penafiel

#ruiferreiraautor
#autoresportugueses
#autoresnacionais

Poema "Triste Fado"

23.07.21 | RF

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Partilho convosco este poema singelo de minha autoria, que foi selecionado para integrar o Volume XII da Antologia de Poesia Portuguesa Contemporânea “Entre o Sono e o Sonho" da Chiado Books


"Triste Fado

Quis este meu triste fado
Que no embalo de um sonho falhado
Me tornasse em algo que não sou
Sou esboço não desenhado, mera pintura que borrou


Ator de um sonho não sonhado, espectro de alguém que nunca voltou
Figurante de um pesadelo inacabado, aprendiz de feiticeiro que nunca se revelou.
Do nada um raio de luz rasgou o negrume
E tu chegaste radiante, ameaçando este velho costume


De permanecer na penumbra, sombrio
Acossado por velhas lembranças, fortes como um rio.
E da noite se fez dia, das trevas se fez luz
Hoje sou quem não fui, nem sequer fui o que supus


Não fosses tu, ó minha linda feiticeira
Trazer-me à luz da tua fogueira
E deambularia deslembrado por aí, esquecido
Solitário, desapaixonado, perpetuamente vencido."

Homenagem ao meu avô Leopoldino

08.07.21 | RF

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O meu avô Leopoldino, fogueteiro de profissão, sobre quem escrevi no livro "A vida numa cicatriz", é também personagem neste pequeno texto do mestre Miguel Torga.

Não me foi permitida a felicidade de conhecer o meu avô. Partiu sem que o tivesse conhecido. Dele guardo apenas os testemunhos de pessoas que com ele se cruzaram e que me transmitiram as suas opiniões acerca dele e de episódios que terá protagonizado.

Era um homem bom, estou seguro disso. De palavra honrada. Orgulhoso do perigoso ofício que o marcou para toda a vida e que lhe roubou os dois filhos (Alberto e António).

Como disse Miguel Torga "É uma cicatriz horrível da cabeça aos pés, mas uma cicatriz honrada, que enobrece a quem dói."

Tanto orgulho neste meu avô que nunca conheci. 🖤

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