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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Ah, os bons velhos tempos

24.04.24 | RF

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Ah, os bons velhos tempos do regime de Oliveira Salazar, onde a liberdade de expressão era tão abundante como água no deserto e a igualdade social tão palpável quanto um fantasma. Era uma época dourada, onde só os mais ilustres tinham o privilégio de soletrar "democracia'" e mesmo assim, em rumorejos, para não acordar a PIDE.

Educação? Uma maravilha! As escolas eram tão exclusivas que poucos podiam  gabar-se de frequentá-las. Afinal, para quê aprender a ler se as notícias mais interessantes eram permanentemente censuradas? E a carreira profissional, tão diversificada que se resumia a duas opções: seguir os passos do pai ou... seguir os passos do pai.

Mas, oh, como éramos felizes! Divididos entre ricos e pobres, sim, mas unidos pelo sonho comum de um dia talvez vislumbrar o topo da pirâmide social através de um telescópio. E a censura? Essa não era um problema, era uma solução! Poupava-nos do trabalho de pensar, e quem precisa de opiniões quando se tem ordens?

Sim, os saudosistas suspiram por esses dias de glória, quando a liberdade era apenas um rumor e a ignorância uma bênção. Que saudades, dizem eles, daqueles tempos simples, onde tudo o que precisávamos saber era o nosso lugar na sociedade. E que lugar! Tão fixo e seguro como as grades de uma prisão.