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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Arrumar as tralhas da mente

31.07.24 | RF

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Na imensidão da mente, acumulamos uma infinidade de pensamentos e memórias, como um sótão repleto de tralhas. Com o tempo, o essencial mistura-se com o supérfluo, e a clareza perde-se nesse caos. É preciso, por isso, uma limpeza mental, um desapego consciente do que não nos serve mais.
 
Priorizar o essencial é escolher o que realmente importa, é reconhecer as joias de sabedoria e experiência que merecem um lugar de destaque na prateleira da nossa consciência. É saber que, no tumulto do quotidiano, algumas coisas são fundamentais para a nossa felicidade e crescimento.
 
Largar o secundário é um exercício de liberdade. É entender que nem todo o peso merece ser carregado, que nem toda a lembrança precisa ser preservada. É permitir-se esquecer as mágoas e ressentimentos, é desatar os nós que nos prendem ao passado e abrir espaço para o novo.
 
Arrumar as tralhas na nossa cabeça não é tarefa fácil, mas é um processo necessário. Como um jardim que precisa ser cuidado, também a mente requer atenção e dedicação. No fim, quando o essencial brilha e o secundário se dissolve, a paz de espírito floresce, e a vida torna-se mais leve e significativa.
 
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Silêncio à beira-mar

29.07.24 | RF

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O poema é uma metáfora que explora a tranquilidade e a profundidade do silêncio num cenário à beira-mar. Celebra o valor do silêncio como um refúgio para reflexão, onde a natureza e o cosmos se unem em harmonia.

 

"Na praia, o silêncio desdobra-se como as ondas,

Um segredo partilhado entre a areia e o mar.

As gaivotas, em voo lento, segredam histórias antigas,

Enquanto o sol se esconde, deixando um rasto dourado.

O vento, gentil amante, acaricia a costa,

E as conchas guardam segredos nas suas curvas perfeitas.

As palmeiras, altivas, inclinam-se em reverência,

Como se o oceano fosse um deus adormecido.

Os grãos de areia dançam em silêncio,

Cada um contando a sua aventura pelo tempo.

E as conchas, como cálices vazios, esperam ser preenchidas

Com o eco das marés e os sonhos dos navegadores.

Na praia, o silêncio é um hino sagrado,

Uma paleta de cores suaves pintada pelo crepúsculo.

Quando a noite chega, o céu estrelado curva-se,

E o silêncio torna-se infinito, como o próprio mar."

Transformar as preocupações em motivação

26.07.24 | RF

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As preocupações do quotidiano, como pequenas pedras no sapato, acompanham-nos a cada passo. São como sombras que se alongam à medida que o sol se põe.
Apesar de aparentemente triviais, moldam a nossa vida. Empurram-nos para a frente ou mantêm-nos paralisados. O medo de falhar, de não sermos bons o suficiente, de perder o que amamos – tudo isso nos condiciona, como rédeas invisíveis que nos puxam para direções imprevistas.
Mas talvez possamos aprender a dançar com os nossos medos, a transformar as preocupações em motivação. Afinal, são essas mesmas pedras que nos ensinam a apreciar os momentos de calma, a valorizar o presente e a procurar a paz interior.
Assim, enquanto o mundo gira e as preocupações persistem, talvez possamos encontrar um equilíbrio delicado entre o que nos aflige e o que nos eleva. E, quem sabe, descobrir que a vida é uma dança, e nós somos os dançarinos – imperfeitos, mas sempre em movimento. 
 
 
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Imagem: https://pixabay.com/pt/illustrations/preocupado-preocupada-medo-pavor-8728212/
 

A rejeição é  uma ferida invisível

22.07.24 | RF

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A rejeição é  uma ferida invisível que silenciosamente carregamos no coração. Quando somos rejeitados, algo se quebra dentro de nós, e a dor espalha-se como fissuras num espelho. 
 
A rejeição toca no nosso âmago. Lembra-nos da nossa humanidade frágil, das nossas imperfeições e limitações. Quando alguém nos rejeita, sentimos que não somos bons o suficiente, que não merecemos amor, aceitação ou oportunidades.
 
E assim, procuramos subterfúgios para nos proteger. Criamos máscaras, disfarces, personagens que apresentamos à sociedade. Sorrimos quando queremos chorar, concordamos quando queremos discordar, escondemo-nos atrás de uma fachada de normalidade. Tudo para evitar a rejeição, para não sermos expostos como vulneráveis, como falíveis.
 
Mas essa dança de subterfúgios tem um preço.  Deixamos de ser autênticos, de nos ligarmos verdadeiramente uns com os outros.
 
Talvez seja hora de encarar a rejeição de frente. Aceitar que somos humanos, com as nossas fraquezas e imperfeições. Que a rejeição não nos define, mas faz parte da caminhada.
 
Afinal, não é na aceitação da nossa própria fragilidade que encontramos força?
 
 
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Aristides de Sousa Mendes, o diplomata sem medo

19.07.24 | RF

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Aristides de Sousa Mendes, o diplomata português nascido em 1885, desempenhou um papel crucial durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto cônsul de Portugal em Bordéus, França, enfrentou ordens diretas de António de Oliveira Salazar e, corajosamente, concedeu milhares de vistos de entrada em Portugal a refugiados de várias nacionalidades que procuravam escapar da França ocupada pelos nazis em 1940. 
 
O número exato de vistos emitidos por Sousa Mendes permanece desconhecido, mas algumas fontes estimam que salvou cerca de dez mil judeus do Holocausto. 
A sua ação destemida e humanitária desafiou a tirania e preservou os valores fundamentais da ética, moral, justiça e bondade, naqueles tempos sombrios. 
 
Como reconhecimento do seu heroísmo, a Assembleia da República  concedeu-lhe Honras de Panteão Nacional em 2020, homenageando a sua defesa da liberdade e dignidade humana. Aristides de Sousa Mendes é, sem dúvida, merecedor de um lugar de destaque na história, lembrado como alguém que escolheu o bem acima do mal, independentemente das consequências.
 
Nascimento: 19.07.1885
Falecimento: 03.04.1954
 
Imagem:https://www.dge.mec.pt/noticias/educacao-para-cidadania/homenagem-aristides-de-sousa-mendes

O perdão não é uma fraqueza

18.07.24 | RF

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“Nas margens do rio da vida, encontramos pedras que nos magoam os pés e o coração. Às vezes, essas pedras são atos imperdoáveis, traições profundas ou palavras afiadas. Mas, como navegantes desse rio, temos uma escolha: carregar essas pedras connosco ou lançá-las na correnteza do perdão.”

O perdão é um ato de compreensão e empatia, uma ponte que construímos entre as nossas próprias falhas e as dos outros. Quando perdoamos, não estamos a negar o erro ou a minimizar a dor causada, mas a escolher libertar o peso que carregamos. Afinal, quem nunca errou? Todos cometemos equívocos, às vezes inadvertidamente, outras vezes movidos por emoções ou circunstâncias complexas. É importante lembrar que o perdão não é uma fraqueza, mas antes um ato de coragem e crescimento. Quando nos colocamos nos sapatos de outra pessoa, ganhamos uma perspetiva mais ampla e compassiva. Julgamentos precipitados podem ser cruéis e injustos, pois raramente conhecemos toda a história por detrás das ações de alguém. Portanto, ao perdoar, estamos a libertar-nos da prisão do ressentimento e a abrir espaço para a cura.

O perdão é como uma balsa que nos leva para além das águas turbulentas da mágoa. Quando perdoamos, não estamos a negar a dor que sentimos, mas a escolher não nos afogar nela.

O perdão cria um ciclo virtuoso. Quando perdoamos, abrimos espaço para sermos perdoados. É uma dança de compreensão e cura.

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Reconhecer e aprender com os erros

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A mente humana

13.07.24 | RF

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Por vezes, a mente humana assemelha-se a um palco onde a intriga, a mentira e a ilusão são os atores principais. Somos espectadores e, ao mesmo tempo, diretores dessa peça que se desenrola com tanta facilidade dentro de nós. Mas porque nos deixamos levar por esses elementos com tanta facilidade?
A intriga, sussurrada nos corredores da nossa consciência, promete-nos um enredo mais interessante, uma história mais picante que a monotonia do quotidiano. Ela seduz-nos com o mistério e o proibido, fazendo-nos esquecer que, muitas vezes, a verdade é bem mais simples e menos dramática.
A mentira, por sua vez, é o véu que cobre as imperfeições da realidade. Usamo-la como escudo, para proteger as nossas vulnerabilidades ou como arma, para atingir objetivos que a honestidade não nos permitiria alcançar. É a pintura que retoca a tela da vida, mas que, com o tempo, descasca e revela o que realmente está por baixo.
E a ilusão é o doce veneno que bebemos para escapar da amargura da realidade. Ela embala-nos em sonhos e esperanças, muitas vezes irrealizáveis, mas que nos dão força para continuar. No entanto, quando a ilusão se desfaz, o choque com a verdade pode ser devastador.
 
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