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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Montalegre: Das bruxas aos DJs

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A sexta-feira 13 prometia um encontro com o sobrenatural, um mergulho nas profundezas do folclore em Montalegre. A promessa de uma noite fria, com bruxas a assombrar as ruas e o castelo como pano de fundo, era tentadora. Mas a realidade, como tantas vezes, revelou-se bem diferente.

A vila, habitualmente tranquila, estava tomada por uma multidão eufórica. Bares a perder de vista, música nas alturas e DJs a animar a festa. As bruxas, contudo, pareciam ter trocado a vassoura pelo copo e o caldeirão pelo altifalante. O ritual ancestral transformou-se numa espécie de festival de verão, com direito a tudo e mais alguma coisa, menos a magia que se esperava.

O momento mais solene foi a intervenção do padre Fontes. O espetáculo que se seguiu, embora visualmente apelativo, não conseguiu compensar as expetativas criadas. No final, a falta de organização e planeamento, conjugadas com a imprevisibilidade da multidão criaram um ambiente caótico que pouco ou nada teve a ver com a espiritualidade e o misticismo que se pretendia evocar.

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Apesar de tudo, a noite ficou marcada pela beleza do fogo de artifício e pela iluminação do castelo, dois momentos que, por si só, justificaram a deslocação. Mas a magia, a tradição e o mistério que se esperava encontrar em Montalegre, na noite de sexta-feira 13, pareceram ter-se perdido entre a multidão, a música alta e a demanda desenfreada por diversão. As bruxas, afinal, também gostam de música e álcool.

 

Em resumo: Montalegre na noite das bruxas? Uma experiência que, apesar de visualmente apelativa, deixou muito a desejar no que toca à autenticidade e à experiência mística. A tradição, transformada em espetáculo, perdeu-se na multidão e na procura desenfreada por diversão.