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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

O peso do adeus

29.03.25 | RF

 

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Despedirmo-nos de alguém que parte nunca é fácil. Mas quando se trata de uma alma que em vida só soube fazer o bem, que espalhou luz e deixou um rasto de amor por onde passou, o adeus torna-se ainda mais doloroso. 
 
A dor da ausência pesa no peito como um fardo impossível de aliviar. Olhamos para os lugares onde essa pessoa costumava estar, ouvimos os ecos da sua voz na memória e sentimos o vazio que deixou. O tempo, dizem, cura tudo. Mas como se cura a ausência de quem nos fez sentir protegidos, amados, compreendidos?
 
O luto por uma alma boa é diferente. Não há apenas a tristeza da perda, mas também a saudade de um amor puro, de um sorriso sincero, de uma generosidade que parecia inesgotável. O mundo parece menos brilhante, menos acolhedor. É um tipo de silêncio que grita dentro de nós.
 
Ainda assim, há uma certeza que nos conforta: essas almas nunca partem por completo. Permanecem nos gestos que aprendemos com elas, nos valores que nos deixaram, nas histórias que contaremos. Enquanto nos lembrarmos delas, continuarão a viver em nós. E talvez seja essa a melhor forma de honrá-las: espalhando a mesma luz que um dia nos iluminaram.
 
Dedicado à minha querida tia Zézita (irmã Maria Goretti, diligente servidora de Deus). Descanse em paz.
 
imagem: Freepik

Viva a sua vida, não a dos outros

29.03.25 | RF

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Vivemos numa era de comparações constantes. As redes sociais bombardeiam-nos com vidas que parecem perfeitas, carreiras de sucesso, famílias felizes e viagens de sonho. Mas quantas dessas imagens refletem a realidade? E, mais importante, porque nos preocupamos tanto com a vida dos outros em vez de vivermos a nossa?
 
Desde cedo, a sociedade impõe padrões sobre como devemos viver: estudar, arranjar um bom emprego, casar, ter filhos. Mas e se o nosso caminho for diferente? E se quisermos viajar pelo mundo sem amarras, ou seguir uma profissão menos convencional? O problema surge quando começamos a medir o nosso valor com a régua alheia, sacrificando a nossa felicidade para corresponder a expectativas externas.
 
Viver a vida dos outros é abdicar da nossa liberdade. É permitir que o medo do julgamento nos impeça de fazer escolhas que nos realizam. A verdade é que, por mais que tentemos agradar a todos, haverá sempre quem critique. E quando chegarmos ao fim da vida, não serão as opiniões alheias que nos acompanharão, mas antes o arrependimento de não termos sido fiéis a nós mesmos.
 
Cada um tem o direito de traçar o seu próprio caminho.
Viver de acordo com as nossas convicções é um ato de coragem, mas também a única forma de encontrar a verdadeira realização.
 
A vida é curta demais para ser vivida segundo o guião de outra pessoa.
 
 

 

O homem que se julga o dono do mundo

27.03.25 | RF

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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, comporta-se como se o mundo fosse um tabuleiro de xadrez onde apenas ele pode mover as peças. Com a sua retórica agressiva, ameaça impor tarifas a importações, como se o comércio internacional fosse um jogo de submissão e não de cooperação. Mas não se limita a isso: qualquer país que ouse estabelecer acordos que ele considere prejudiciais aos EUA será imediatamente alvo de represálias e ameaças.
 
A sua visão de mundo é a de um império onde Washington dita as regras e os outros obedecem. Em momentos de delírio autoritário, chegou até a insinuar que poderia anexar à força territórios de nações aliadas – um pensamento que mais se aproxima das ambições imperialistas do século XIX do que de um líder de uma democracia moderna.
 
Que tipo de ser humano age assim? Um homem obcecado pelo poder, que vê alianças internacionais não como parcerias, mas como relações de vassalagem. Alguém que acredita que a força e a chantagem substituem a diplomacia. Alguém que, em última instância, não compreende que o mundo não pertence a um único país, muito menos a um único homem.
 
O legado de Trump não será apenas o de um político controverso, mas o de um líder que tentou impor ao planeta a sua visão distorcida de domínio. Felizmente, a história tem mostrado que aqueles que se julgam donos do mundo acabam por ser derrubados pelo peso da realidade.
 
Imagem: https://www.instagram.com/luisordonezoficial/p/DCC2F5PxIFP/

 

O dia do livro português

26.03.25 | RF

 

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No Dia do Livro Português, nada mais apropriado do que celebrar histórias de coragem e determinação que honram o nosso país. Resistência com Sotaque, é um desses livros que não só resgata um capítulo pouco conhecido da nossa história, como também presta tributo aos portugueses que, longe da pátria, enfrentaram a máquina de guerra nazi ao lado da Resistência Francesa.
 
Este é um relato fascinante de bravura e sacrifício, onde homens e mulheres de origens humildes se tornaram heróis silenciosos, desafiando o terror da ocupação alemã. Muitos deles foram perseguidos, presos e até executados, mas nunca vacilaram na luta por um mundo livre. Através de uma escrita envolvente e rigorosa, é dada voz a estas figuras esquecidas, reconstruindo as suas vidas e os seus feitos com um detalhe que nos transporta para os dias sombrios da Segunda Guerra Mundial.
 
Se procura um livro que inspire e que ao mesmo tempo ilumine um episódio quase desconhecido da nossa história, Resistência com Sotaque é uma escolha incontornável. No Dia do Livro Português, mergulhe nesta narrativa de luta e esperança e descubra o papel dos portugueses na resistência contra a tirania nazi.
 
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Vejo humanos, mas pouca humanidade

25.03.25 | RF

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Dizem que somos a espécie mais inteligente do planeta. Claro, sem dúvida, só que com a inteligência veio o dom inigualável de destruir tudo à nossa volta – e a nós mesmos, já agora. Humanos, há muitos. O que falta mesmo é humanidade, essa criatura mítica que aparece nos discursos de Natal e desaparece no resto do ano.
 
Observemos a fauna urbana: apinhados em transportes públicos, cada um no seu mundinho digital, ignorando o idoso que se equilibra como um contorcionista de circo para não cair. No trânsito, buzinar é mais comum do que piscar os faróis, porque a pressa é inimiga da cortesia. E, claro, o espetáculo diário das redes sociais, onde a empatia se resume a um "força" nos comentários (em forma de emoji, porque por extenso é custoso), enquanto se saboreia um café gourmet.
 
Nas grandes corporações, a humanidade resume-se a relatórios de responsabilidade social e eventos de caridade fotogénicos. O importante é parecer altruísta, não ser. Nos noticiários, a miséria desfila entre intervalos comerciais, e as tragédias internacionais competem pelo tempo de antena com a última tendência de moda.
 
A verdade? A humanidade tornou-se um conceito bonito, mas opcional. Um luxo que se ostenta quando dá jeito e se guarda na gaveta quando incomoda. Porque, no fundo, entre ser humano e ter humanidade, muitos preferem a primeira opção – dá menos trabalho.
 
imagem: Banksy

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