A cidade palpita em ritmos desconexos, grita sem ouvir, corre sem saber para onde. As vitrinas brilham, refletindo rostos vazios, sorrisos treinados, olhos que se perdem em écrans que nunca piscam. O essencial dissolve-se no ruído constante, enterrado sob a poeira do (...)
21.01.25 | RF |
Sentado à beira da estrada, o velho observa o tempo como quem já não lhe pertence. A vida, agora, é uma sucessão de dias iguais, pálidos como a poeira que repousa na sua pele. Não tem casa. Não tem pressa. O que tinha, perdeu. Ou talvez tenha deixado para trás, com (...)
Há dias em que as palavras fogem, como pássaros assustados diante do vento. Os versos, antes correntes vivas, tornam-se poças estagnadas. A mão pesa sobre o papel, e a tinta, seca, não desenha mais mundos. O que outrora era voz, agora é silêncio. Onde estás, (...)
Sento-me diante do papel em branco, e ele olha para mim com uma frieza quase desdenhosa. Espero que algo me visite — uma ideia, uma frase, um sopro de criatividade. Mas nada. Apenas silêncio. Recorro a todos os truques que conheço: ando pela sala, folheio livros, (...)
O abandono é uma paisagem desolada na alma, onde a voz da solidão se ouve entre paredes vazias. É a sensação de ser deixado para trás, uma folha caída que o vento se esqueceu de levar.Há uma quietude nesse sentimento, um silêncio que pesa mais do que o barulho (...)
Na vastidão silenciosa da noite, a solidão dança em torno de mim como uma sombra fiel. Cada passo tange o vazio do meu ser, ecoando nas paredes do meu coração solitário. À luz pálida da lua, encontro-me perdido em pensamentos, navegando pelas águas escuras da (...)