Ai dos vencidos, ai dos fracos
Os emissários chegaram com fatos impecáveis e sorrisos treinados, trazendo com eles um papel timbrado e a promessa do respeito. Pois, o respeito! A Ucrânia, exangue e exaurida, olhou para o documento com a esperança de um condenado que lê a sua última apelação. "Estamos do vosso lado", diziam os aliados, "mas sejamos razoáveis".
E então vieram os números, as cláusulas, as concessões. "Naturalmente, em tempos difíceis, precisamos de garantias." O trigo? Uma parte considerável, afinal, a solidariedade tem custos logísticos. O gás? Bem, os suprimentos são escassos, e quem mais senão um amigo para vendê-lo a um preço justo — justo para quem o revende. E as armas, claro, generosamente fornecidas, mas em troca de um alinhamento prudente nas futuras decisões geopolíticas.
"Mas o direito internacional...", tentou murmurar a Ucrânia, enquanto assinava, pois até um vencido precisa acreditar em alguma coisa.
Os emissários sorriram, satisfeitos. O respeito fora concedido. Agora, era hora de cobrar o pagamento.
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