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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Apreensão e paz

27.05.25 | RF

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Preocupar-se com o amanhã é como tentar segurar a chuva com as mãos: um esforço vão que apenas molha mais depressa a alma. A mente, inquieta, acredita que antecipar o sofrimento é uma forma de o evitar, mas o que faz, na verdade, é adiantar a dor, somando-a ao presente, onde ela ainda não tem lugar. Cada dia carrega o seu próprio peso, e tentar suportar o fardo do futuro é como vestir um casaco de chumbo antes da tempestade — não impede o trovão, apenas o torna mais difícil de suportar.

A preocupação é um ladrão furtivo. Rouba-nos o sono, a leveza, a presença. Faz-nos viver em versões imaginárias da realidade, onde tudo corre mal e onde esquecemos que a maioria dos medos nunca se concretiza. Viver o agora com serenidade não é desleixo; é sabedoria. Porque, se não temos domínio sobre o amanhã, temos escolha sobre como habitamos o hoje.

E talvez seja essa a mais dura e libertadora verdade: não podemos impedir os problemas de virem, mas podemos impedir que destruam aquilo que ainda não tocaram — a nossa paz de agora.

 

Imagem: Pixabay