Vivemos num tempo em que a comunicação nunca foi tão facilitada — mensagens instantâneas, videochamadas, redes sociais. Mas, paradoxalmente, nunca estivemos tão distantes uns dos outros. Falamos muito, opinamos ainda mais, mas escutamos pouco. A frase "aquele que ouve, compreende" ressalta como um lembrete fundamental da essência do diálogo verdadeiro.

 

Ouvir vai além de captar sons. Implica atenção, disponibilidade e abertura para compreender o outro. Muitas vezes, ouvimos apenas para responder, preparando, desde logo, mentalmente o nosso argumento antes mesmo de o interlocutor terminar de falar. Esse tipo de escuta seletiva não gera compreensão, mas antes ruído.

 

Compreender exige empatia, pois significa tentar ver o mundo pelos olhos do outro. Um líder sábio ouve a sua equipa antes de decidir; um amigo verdadeiro presta atenção ao que é dito — e, mais ainda, ao que fica nas entrelinhas. Quem não ouve de verdade, vive à superfície das relações, alimentando mal-entendidos e julgamentos precipitados.

 

A sociedade valoriza quem sabe falar bem, mas a verdadeira sabedoria está em saber ouvir. Ouvir com atenção e sem preconceitos não significa concordar com tudo, mas sim procurar entender a lógica e os sentimentos por detrás das palavras. Aquele que ouve, de facto compreende — e, ao compreender, abre caminho para o respeito, a tolerância e a verdadeira conexão humana.