Juventude e velhice: O conflito entre a experiência e a irreverência
A juventude e a velhice sempre se olharam com desconfiança, como se fossem inimigas naturais. O jovem, com a sua sede de mudança, vê no idoso um guardião de tradições ultrapassadas, um freio para a modernidade. O velho, por sua vez, observa a impaciência da juventude com uma mistura de nostalgia e reprovação, temendo que o ímpeto desmedido leve a caminhos já testados e fracassados.
Mas será essa oposição inevitável?
A irreverência dos jovens é necessária para desafiar estruturas estagnadas, para trazer novas ideias e questionar certezas. Sem ela, o mundo permaneceria imoto, afogado em velhos dogmas. Mas a experiência dos mais velhos é igualmente vital, pois ensina que nem toda mudança é progresso e que há lições no passado que não podem ser ignoradas.
O erro está em acreditar que só um desses lados tem razão. Quando a experiência se fecha para o novo, transforma-se em rigidez. Quando a juventude despreza a história, corre o risco de repetir os mesmos erros. O ideal seria que ambos se escutassem mais. O velho precisa reconhecer que o mundo não parou no seu tempo, e o jovem deve entender que há sabedoria acumulada que não se aprende apenas com a pressa da novidade.
Talvez o verdadeiro progresso não esteja na disputa entre a irreverência e a experiência, mas na rara harmonia entre as duas.
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