Mãe, além de tudo
Dizem por aí "mãe solteira", como se o amor viesse com um carimbo, como se o estado civil pudesse diminuir a grandeza de quem carrega no ventre e nos braços o futuro. Mas a verdade é simples e poderosa: não existem mães solteiras — existem mães. Porque mãe não é um estado civil, como disse o papa Francisco. É um estado de alma.
Ser mãe é acordar antes do sol e dormir depois da lua, é transformar o cansaço em colo e o medo em coragem. É ser o porto quando tudo à volta parece tempestade. É dar conta de tudo mesmo quando o mundo insiste em lembrar o que falta, quando os olhares tentam medir o valor pela ausência de um anel ou de uma convenção.
Mas o amor não se mede em alianças. Mede-se em noites mal dormidas, em beijos de boa-noite, em lanches preparados com cuidado, em sonhos construídos tijolo a tijolo, sozinha, sim, mas nunca pequena.
Chamá-las apenas de mães é reconhecer nelas o que realmente são: gigantes, inteiras, suficientes. Porque mãe não é um rótulo — é um universo. E universo nenhum cabe numa palavra só.
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