À medida que os anos passam, começamos a notar detalhes que antes nos escapavam.  O que antes era apenas um pôr do sol, agora é um espetáculo de cores que nos faz parar e refletir. A brisa suave que acaricia o rosto não é apenas um alívio do calor, mas um sussurro da natureza, uma lembrança de que estamos vivos e conectados a algo maior.

O murmulhar das árvores, o brilho suave da lua refletido na água, o aroma da terra depois da chuva, pequenos fenómenos naturais que, na nossa juventude, passavam despercebidos, eram meros detalhes no pano de fundo da nossa vida agitada, e que agora ganham uma importância quase mística.

Talvez seja a consciência crescente das mudanças climáticas que nos faz olhar para o mundo com olhos mais atentos, procurando sinais de um planeta em transformação. Ou talvez seja a maturidade que nos ensina a desacelerar e a valorizar a simplicidade, a encontrar beleza nas coisas mais comuns, que nos faz apreciar cada momento, cada mudança, por menor que seja.

A idade traz consigo uma nova perspetiva, uma apreciação pela beleza efémera da natureza e uma compreensão mais profunda da nossa conexão com o mundo. O que antes era apenas uma tempestade de verão, agora é uma chamada de atenção da fragilidade e da resiliência da vida. E assim, aprendemos a ver a vida com novos olhos, não apenas pelo que ela é, mas pelo que ela se pode tornar.