"O preço de uma escolha"
Escolher é renunciar ao que poderia ter sido para abraçar o que pode ser — mas quem decide o que vale mais: o sonho que não se viveu ou a realidade que se tenta construir?
Fico a pensar nas encruzilhadas da vida, aquelas silenciosas, que não vêm com placas nem alertas, só com um leve incómodo no peito e uma inquietude nos olhos. Às vezes, é um emprego que se aceita. Outras, uma palavra não dita. Um amor deixado para trás. Um filho que não se teve. Um país que não se conheceu. E cada escolha, por mais singela, fecha portas que jamais saberemos o que guardavam.
E se tivessemos escolhido diferente? E se a renúncia que fizemos fosse, afinal, o caminho certo, e o que abraçamos não passasse de ilusão? Ou o contrário — e se o medo de perder nos tivesse impedido de ganhar?
A vida é feita de apostas sem garantias. E, ainda assim, é preciso escolher. Porque não escolher também é uma escolha — talvez a mais enganadora de todas.
Talvez a sabedoria não esteja em acertar, mas em fazer as pazes com o que se deixa para trás, para que o que pode ser, finalmente, tenha espaço para florescer.
Imagem pexesl.com