O silêncio e o cume
Diante dos que se erguem como montanhas, convencidos de serem o ponto mais alto do mundo, a arte está em ser o vento. O vento que observa, que desliza, que toca sem se prender.
Eles falam como se a verdade coubesse inteira na palma da mão, como se o horizonte terminasse onde os seus olhos alcançam. Mas há sabedoria no silêncio. Há força em não disputar alturas ilusórias.
Enquanto se agitam, pavoneando certezas, quem cultiva a calma bebe da fonte mais profunda. A lucidez não precisa gritar para existir. Basta sorrir diante do eco alheio e seguir o próprio caminho, onde a vastidão não tem dono e a grandeza é leve como o ar.