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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

O Vazio da Pena

15.01.25 | RF

 

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Há dias em que as palavras fogem,
como pássaros assustados diante do vento.
Os versos, antes correntes vivas,
tornam-se poças estagnadas.

A mão pesa sobre o papel,
e a tinta, seca,
não desenha mais mundos.
O que outrora era voz,
agora é silêncio.

Onde estás, musa errante?
Em que curvas te perdi?
Procuro-te nas sombras da manhã,
no sopro das árvores,
nos olhos de quem passa.
Mas tudo é mudo.

O poeta, quando desinspirado,
é um viajante sem estrada.
Um mar sem horizonte,
um corpo que respira,
mas não vive.

A falta dói,
não como a saudade de um amor,
mas como o esquecimento de si mesmo.
Sem a inspiração,
o poeta não é criador.
É ruína.

Ainda assim,
a pena espera,
quieta e paciente,
como quem sabe
que toda ausência
carrega em si
a promessa do retorno.

 

imagem: https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-superior-maos-segurando-o-notebook_34241151.htm#fromView=search&page=1&position=46&uuid=af13fa34-c994-4380-a2f0-0deeebd2ec27