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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Opinião: "Falam, falam, falam... e esquecem-se do que disseram"

09.04.25 | RF

 

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Vivemos na era da tagarelice. Nunca se disse tanto sobre coisa nenhuma com tanto entusiasmo. Há debates inflamados sobre assuntos que ninguém estudou, indignações súbitas que duram menos que uma story do Instagram, e opiniões formadas em menos de três segundos — tempo suficiente para ver o título, não ler o artigo, e partir para o julgamento sumário.

O problema é esse: falam muito, pensam pouco e esquecem ainda mais. A indignação é performativa, a memória é seletiva e a reflexão... bem, a reflexão deve estar de férias permanentes nas Maldivas. As pessoas querem opinar antes de entender, defender causas que não conseguem explicar e, no fim, esquecem-se por que estavam tão exaltadas. É um ciclo virtuoso da vacuidade.

Por que será? Porque pensar cansa, recordar dá trabalho e, sejamos sinceros, é mais divertido partilhar memes com frases atribuídas ao Einstein (que nunca disse nada daquilo) do que fazer um esforço real para compreender o mundo. E se der para parecer sábio com meia dúzia de chavões, melhor ainda.

No fundo, a indiferença disfarça-se de discurso inflamado. As pessoas falam alto para abafar o vazio das próprias ideias. E enquanto o mundo arde — metafórica ou literalmente — continuam a lançar opiniões ao vento, como se fossem confetes num funeral.

Sim, o problema é esse. Mas não digam que avisei. Já ninguém se lembra do que leu ontem.