Orgulho contido e respeito
Há um orgulho que arde em silêncio, como chama contida sob um véu de cinza. Não porque falte intensidade, mas porque o mundo nem sempre é lugar para fogos de alegria sem medida. Às vezes, aquele que mais nos comove, que mais nos enche o peito de júbilo, é também aquele que nos exige recato — porque a vitória não é só nossa, e o caminho dela foi trilhado por pés que, embora da nossa carne, escolheram sozinhos cada passo.
Contemos, então, a alegria não por frieza, mas por respeito. Guardemos o sorriso largo num canto secreto do peito, onde as emoções verdadeiras ganham densidade e permanência.
Há vaidades que se exibem, mas há vaidades que se veneram — e estas, as mais nobres, não gritam. Apenas brilham baixinho, como estrelas ocultas no nevoeiro da alma.
Ser feliz por alguém é também saber ser discreto. Não porque o mundo nos impeça, mas porque há grandeza em saber que o amor, quando profundo, não precisa de palco. Basta-lhe o silêncio cúmplice de quem assiste, de longe, ao milagre da superação e sente, sem dizer, que tudo valeu a pena.
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