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O silêncio também tem voz

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

O silêncio também tem voz

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Quando a luz se apaga

12.10.25 | RF

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À noite todos os gatos são pardos, dizem os sábios, os poetas e os bêbados à saída dos bares. Uma frase que parece ter nascido da união entre a cegueira noturna e a conveniência moral. Sim, porque quando as luzes se apagam, apagam-se também os escrúpulos — e subitamente, o feio torna-se misterioso, o idiota soa profundo, e a traição transforma-se num pequeno deslize de humanidade.

É a democracia das trevas: ninguém é melhor, ninguém é pior — apenas indistinto. A hipocrisia agradece, veste um manto de penumbra e dança com todos, como se a ausência de luz fosse também ausência de culpa. O canalha? Um romântico incompreendido. A oportunista? Uma mulher de visão. E tu, que viste tudo claramente à luz do dia? Cale-te, porque agora é noite — e nesta fábula conveniente, até o lobo é apenas um cão mal interpretado.

Sim, à noite todos os gatos são pardos. Mas ao amanhecer… ai de quem olhe de frente para o espelho.

 

Imagem: Pixabay