Quando a raiva te puxa para o fundo, escolhe a gentileza
A raiva e o ressentimento são como âncoras pesadas que nos prendem ao fundo do abismo. Alimentam-se do que há de pior em nós - da mágoa não resolvida, do orgulho ferido, da sede de vingança. No início, parecem uma defesa, uma resposta natural às injustiças da vida. Mas, à medida que crescem, corroem-nos por dentro, destilam veneno nas palavras, endurecem os gestos e fazem do coração um campo de batalha sem tréguas.
Nada de bom nasce da ira descontrolada ou do rancor acumulado. São chamas que não iluminam, apenas queimam. Um homem ou uma mulher dominados por esses sentimentos tornam-se cegos para a beleza da compreensão, surdos para o som da razão, incapazes de ver o outro como igual. E, assim, perpetuam o ciclo do ódio, esquecendo que cada ser humano carrega a sua própria cruz, as suas dores invisíveis.
Ser gentil não é ser fraco. Respeitar não é submeter-se. Pelo contrário, escolher a bondade é um ato de força. Respeitar e fazer-se respeitar é erguer-se acima da mesquinhez, é quebrar a corrente que arrasta a alma para a escuridão. Quando tratamos os outros com dignidade, não apenas elevamos o mundo ao nosso redor, mas também nos libertamos do peso desnecessário da raiva e do ressentimento.
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