Somos humanos antes de sermos cidadãos
Somos pessoas antes de sermos cidadãos. Antes do nome inscrito num passaporte, antes da bandeira hasteada no quintal da infância, há um coração que bate, olhos que choram, mãos que trabalham, sonhos que se movem entre fronteiras invisíveis. A cidadania é um contrato com a terra; ser pessoa é um vínculo com a humanidade.
Quando alguém deixa a sua casa à procura de segurança, dignidade ou esperança, não abandona a sua humanidade à porta do avião ou no fundo de um barco. Leva consigo histórias, medos, saberes e afetos — aquilo que nenhum carimbo pode validar nem negar.
Somos cidadãos do mundo, sim — mas só o somos verdadeiramente quando reconhecemos no outro o direito de pertencer, de viver sem medo, de ser diferente sem ser ameaçado. Livres de cor, religião, estatuto ou origem, porque todas essas etiquetas são sombras lançadas sobre uma luz muito mais simples e poderosa: a de sermos humanos.
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