16.06.25 | RF |
Talvez nenhum sentimento tenha moldado tanto o espírito humano quanto o medo. Antes do fogo, antes da linguagem estruturada, já havia o som da tempestade, o rugido do predador, a morte súbita do companheiro — e, perante o desconhecido, o homem tremeu. E, tremendo, (...)
O ser humano é, por natureza, um paradoxo ambulante — capaz do mais sublime gesto de ternura e, no instante seguinte, de um retraimento quase pueril perante um olhar, uma palavra, um silêncio mal interpretado. Habita um mundo onde as relações são teias invisíveis, (...)
07.05.25 | RF |
Em tempos de crise — seja pandemia, apagão ou ameaça de fim do mundo à portuguesa — há um instinto que se sobrepõe a todos os outros: o de correr ao supermercado e açambarcar papel higiénico como se disso dependesse a sobrevivência da espécie. Não é (...)
29.04.25 | RF |
Ontem, o futuro decidiu tirar um dia de folga. No auge do apagão nacional, com ecrãs pretos, routers calados e assistentes virtuais tão mudos quanto cúmplices, vi-me obrigado a desenterrar das profundezas de uma gaveta esquecida um artefacto lendário: o meu Grundig (...)
Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto a França se encontrava sob ocupação nazi, um grupo de portugueses destacou-se na luta clandestina contra o inimigo. Muitos eram operários emigrados, exilados políticos que fugiram da ditadura de Salazar ou jovens nascidos em (...)
24.11.24 | RF |
Na intimidade da Fnac, José Rodrigues dos Santos conduziu-nos por um labirinto de conspirações globais, desenhado com a mestria de quem domina a arte de contar histórias.A sua voz, serena e precisa, desvendou as camadas do "Protocolo Caos", um romance/thriller que nos (...)
Na imensidão da mente, acumulamos uma infinidade de pensamentos e memórias, como um sótão repleto de tralhas. Com o tempo, o essencial mistura-se com o supérfluo, e a clareza perde-se nesse caos.É preciso, por isso, uma limpeza mental, um desapego consciente do que (...)