O silêncio, esse desconhecido
Aplaudir durante o minuto de silêncio é como gritar “silêncio!” numa biblioteca. Uma contradição ensurdecedora. Será que as palmas são uma espécie de código secreto? Um sinal de que a pessoa não compreendeu a língua materna? Ou talvez seja uma forma de dizer: “Eu sou mais importante do que este momento de respeito?”
Será que as palmas são a nova forma de assobiar? Ou talvez seja uma maneira de dizer: “Eu estou aqui, olhem para mim!"
É intrigante como algo tão simples de entender se torna tão complexo para alguns.
Algumas pessoas parecem ter um relacionamento conturbado com o silêncio. Será que elas acham que as palmas ajudam a afogar o som dos próprios pensamentos? Ou será que elas simplesmente não sabem bater palmas de outra forma?
O minuto de silêncio tornou-se uma espécie de piada interna. Um convite à reflexão que, paradoxalmente, gera mais ruído do que reflexão. As palmas, nesse contexto, são como um grito ensurdecedor no meio de um murmúrio. Será que as pessoas procuram preencher o vazio do silêncio com algo, qualquer coisa? Ou será que a ideia de não fazer nada durante um minuto é assim tão insuportável?
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