A dança do tempo
Quando era criança, o futuro era um recreio infinito. Cada aniversário era uma montanha-russa de expectativas, a promessa de mais liberdade, de sermos "grandes" o mais rápido possível. A adolescência, com a sua aura de mistério e rebeldia, parecia o pináculo da existência.
Mas a vida, cínica como sempre, apresenta-nos a conta. A pressa de crescer dá lugar a uma saudade nostálgica da infância, onde os problemas se resolviam com um abraço e os dias se estendiam intermináveis. A juventude, com a sua beleza efémera, rapidamente se transforma numa mancha de memórias, enquanto a idade avança implacável.
A infância, um jardim encantado onde tudo é possível. A idade adulta, um labirinto de responsabilidades. A velhice, um crepúsculo tranquilo, mas com a sombra da finitude. A dança do tempo é uma valsa frenética, onde lutamos para encontrar o equilíbrio entre o desejo de amadurecer e a necessidade de preservar a inocência perdida.
A vida é um presente, mas a passagem do tempo é um ladrão silencioso. Daí a necessidade de, celebrar cada fase, saborear a doçura da infância, a intensidade da juventude e a sabedoria da idade. Porque a felicidade não se encontra num ponto específico do tempo, mas na capacidade de apreciar cada momento, por mais fugaz que seja.