14.06.25 | RF |
Dizem que os líderes mundiais são os espelhos dos seus povos. Se for verdade, talvez esteja na hora de o mundo inteiro ser internado para observação psiquiátrica. É comovente — quase enternecedor — ver senhores engravatados, com diplomas nas paredes e discursos (...)
A raiva e o ressentimento são como âncoras pesadas que nos prendem ao fundo do abismo. Alimentam-se do que há de pior em nós - da mágoa não resolvida, do orgulho ferido, da sede de vingança. No início, parecem uma defesa, uma resposta natural às injustiças da (...)
10.06.25 | RF |
O velho Ibrahim sentava-se todos os dias no mesmo banco da praça, alimentando os pombos com migalhas de pão. Ao seu lado, sempre estava Elias, um jovem de olhos atentos e alma inquieta. De origens distintas — um muçulmano que carregava as marcas do tempo na pele e um (...)
09.06.25 | RF |
Ontem, subi ao elétrico da Oficina da Escrita, como combinado, à hora marcada. Lá, o amarelo vibrante do veículo parecia brilhar ainda mais sob o sol impiedoso daquela tarde lisboeta, como se tentasse chamar os leitores com promessas de histórias frescas e palavras (...)
09.06.25 | RF |
Séculos passaram desde que a valorosa Padeira de Aljubarrota empunhou a sua pá e enfiou um argumento bem assado na cabeça de sete castelhanos atrevidos. Pois ontem, no relvado sagrado da Liga das Nações, a tradição manteve-se viva — só que em vez de pão, (...)
07.06.25 | RF |
Há em Charlie Brown uma nuvem persistente que não se dissipa, uma espécie de nevoeiro existencial que o impede de ver o azul do céu mesmo quando não há nuvens. Ele espera o pior. Cai antes de tropeçar. Ama com medo e vive com um travão no peito. É gentil, sim, mas (...)
Confesso: sinto um arrepio quando ouço o hino nacional. As primeiras notas soam e algo dentro de mim se agita, como se cada acorde despertasse memórias que nem sei explicar. É um orgulho que me invade o peito, um nó na garganta, uma vontade de erguer a cabeça e sentir (...)