04.07.25 | RF |
Era uma vez um tempo em que a gentileza não era exceção, mas regra. Onde segurar a porta para alguém não era um ato de herói, mas um reflexo natural da boa educação. Um tempo em que o "bom dia" era mais do que uma palavra — era um sinal de que reconhecíamos o (...)
Escrever um livro é colocar o coração num envelope sem destinatário, e lançá-lo ao mar imenso das estantes e dos ecrãs. Talvez alguém, um dia, o encontre — e o leia com os olhos de quem precisa daquela verdade, daquela fantasia, daquela dor ou ternura. E nesse (...)
16.06.25 | RF |
Talvez nenhum sentimento tenha moldado tanto o espírito humano quanto o medo. Antes do fogo, antes da linguagem estruturada, já havia o som da tempestade, o rugido do predador, a morte súbita do companheiro — e, perante o desconhecido, o homem tremeu. E, tremendo, (...)
14.06.25 | RF |
Dizem que os líderes mundiais são os espelhos dos seus povos. Se for verdade, talvez esteja na hora de o mundo inteiro ser internado para observação psiquiátrica. É comovente — quase enternecedor — ver senhores engravatados, com diplomas nas paredes e discursos (...)
09.06.25 | RF |
Séculos passaram desde que a valorosa Padeira de Aljubarrota empunhou a sua pá e enfiou um argumento bem assado na cabeça de sete castelhanos atrevidos. Pois ontem, no relvado sagrado da Liga das Nações, a tradição manteve-se viva — só que em vez de pão, (...)
22.05.25 | RF |
Há quem diga que choramos ao nascer por causa do choque térmico, da luz intensa ou do ar que invade abruptamente os pulmões. Mas talvez, só talvez, o choro inaugural seja o primeiro e último ato de plena lucidez que temos. Um grito instintivo diante da tragédia que (...)
Somos pessoas antes de sermos cidadãos. Antes do nome inscrito num passaporte, antes da bandeira hasteada no quintal da infância, há um coração que bate, olhos que choram, mãos que trabalham, sonhos que se movem entre fronteiras invisíveis. A cidadania é um (...)