Carpe Diem
Não há mais tempo para adiamentos. Os sonhos que enterraste por medo ainda ardem dentro de ti, à espera de um gesto de coragem. As palavras não ditas pesam mais do que os silêncios, e os abraços que não deste fazem falta nos corações que já partiram. A vida (...)
17.06.25 | RF |
Quando o machado chegou à floresta, trazia um brilho metálico de ameaça. Ainda assim, as árvores, confiantes, sussurraram entre si: — Estamos seguras. O cabo é um de nós. O tronco liso do cabo, feito de madeira como elas, parecia familiar. Era irmão em seiva, em (...)
16.06.25 | RF |
Talvez nenhum sentimento tenha moldado tanto o espírito humano quanto o medo. Antes do fogo, antes da linguagem estruturada, já havia o som da tempestade, o rugido do predador, a morte súbita do companheiro — e, perante o desconhecido, o homem tremeu. E, tremendo, (...)
Há um vazio que grita, mas não tem nome. É nesse eco surdo da frustração e do medo, que germina o impulso de partilhar — até à exaustão — conteúdo falso, misógino, xenófobo. Quem o faz não o faz, muitas vezes, por maldade consciente, mas por uma urgência (...)
07.06.25 | RF |
Há em Charlie Brown uma nuvem persistente que não se dissipa, uma espécie de nevoeiro existencial que o impede de ver o azul do céu mesmo quando não há nuvens. Ele espera o pior. Cai antes de tropeçar. Ama com medo e vive com um travão no peito. É gentil, sim, mas (...)
02.06.25 | RF |
"O mundo é um livro e aqueles que não viajam só lêem uma página." Há quem passe a vida inteira entre as mesmas ruas, a respirar o mesmo ar, a ouvir as mesmas histórias repetidas até se tornarem eco. É como se abrisse um livro imenso, de capa dourada e páginas (...)
Vivemos num tempo em que o ruído exterior ocupa cada fresta do nosso silêncio. A opinião alheia transforma-se em norma, a reação imediata substitui a reflexão, e o grito, tantas vezes vazio, abafa a voz serena da consciência. Neste cenário apressado e ruidoso, (...)