O calor que nos rouba a alma
Ontem o calor caiu como uma sentença. Não era apenas o sol a bater — era um peso, uma pressão invisível que esmagava o peito e derretia os pensamentos. O ar parecia colado ao corpo, espesso como óleo, e cada movimento tornava-se uma tarefa hercúlea. Os rostos, (...)
Preocupar-se com o amanhã é como tentar segurar a chuva com as mãos: um esforço vão que apenas molha mais depressa a alma. A mente, inquieta, acredita que antecipar o sofrimento é uma forma de o evitar, mas o que faz, na verdade, é adiantar a dor, somando-a ao (...)
Nos corredores silenciosos dos hospitais, entre a espera e a incerteza, nasce uma iniciativa que transforma páginas em pontes para o bem-estar. Um programa nacional que leva livros e leituras aos doentes internados, oferecendo-lhes mais do que palavras impressas — (...)
Discutir com um tolo é um ato de grande altruísmo. Poucos se dão conta, mas, ao contrariar as suas certezas inabaláveis, estamos a prestar um serviço à humanidade. Afinal, sem o tolo, quem nos lembraria diariamente da fragilidade da razão? Quem, senão ele, nos (...)
Na imensidão da mente, acumulamos uma infinidade de pensamentos e memórias, como um sótão repleto de tralhas. Com o tempo, o essencial mistura-se com o supérfluo, e a clareza perde-se nesse caos.É preciso, por isso, uma limpeza mental, um desapego consciente do que (...)
Por vezes, a mente humana assemelha-se a um palco onde a intriga, a mentira e a ilusão são os atores principais. Somos espectadores e, ao mesmo tempo, diretores dessa peça que se desenrola com tanta facilidade dentro de nós. Mas porque nos deixamos levar por esses (...)