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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

A Ilusão da Perspetiva

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A vida, como um caleidoscópio infinito, apresenta-nos uma miríade de imagens, cada qual moldada pela lente única da nossa perspetiva. É como se estivéssemos todos a olhar para o mesmo quadro, mas cada um vislumbrasse uma obra de arte distinta, dependendo do ângulo em que se posiciona.

A perspetiva, molda as nossas crenças, guia as nossas ações e define a tonalidade das nossas emoções. O mesmo acontecimento pode ser visto como uma tragédia por um, e como uma oportunidade por outro. A diferença reside na lente através da qual observamos o mundo.

É fácil apegarmo-nos a uma única perspetiva, como um barco ancorado num porto seguro. Mas a vida, tal como o mar, está em constante movimento, e as marés da mudança exigem que adaptemos as nossas velas. Ao recusarmo-nos a considerar outros pontos de vista, limitamos a nossa compreensão da realidade e privamo-nos da riqueza que a diversidade de perspetivas nos pode oferecer.

É preciso, portanto, cultivar a arte de questionar as nossas próprias crenças e a coragem de nos colocarmos no lugar do outro. Ao fazer isso, expandimos os nossos horizontes, aprofundamos as nossas conexões e aproximamo-nos de uma verdade mais completa. A verdade absoluta é um mito, e a realidade é um mosaico composto pelas infinitas perspetivas que a compõem.

A nossa perspetiva molda a nossa realidade. Para compreendermos o mundo de forma mais completa, precisamos estar abertos a diferentes pontos de vista.

Este país não é para "velhos"

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Num mundo que avança implacável a passos largos, muitas vezes esquecemos de olhar para trás, para aqueles que já percorreram a maior parte do caminho. Os idosos, vulneráveis e menos capazes, são frequentemente deixados à margem, invisíveis aos olhos da sociedade que prioriza a juventude e a eficiência.

É cruel como alguns são tratados no outono das suas vidas, quando deveriam ser envoltos em respeito e admiração. Eles são bibliotecas vivas de sabedoria e história, mas muitas vezes, são relegados ao silêncio e ao esquecimento.
A solidariedade não deve ser um fardo, mas uma partilha natural de compaixão. Devemos estender as nossas mãos não apenas para ajudar, mas para aprender com aqueles que tanto têm para ensinar.
Afinal, a verdadeira avaliação de uma sociedade é encontrada não em como esta celebra os triunfos dos mais fortes, mas em como honra e cuida dos mais frágeis.
 
Imagem: Porto canal
 

O Reino

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Lancei naus para o outro lado,

do mundo que acreditava quadrado,

cavalguei as ondas do oceano,

provei que o mundo não é plano,

e com este sentimento profundo,

tornei-me dono do mundo.

O povo inculto colonizei,

Mais sabedor dos que exultei.

Espalhei a palavra com fervor,

aos descrentes infligi dor,

esventrei o solo sagrado,

por um punhado de ouro roubado.

O sangue jorrou incontido

puro, vermelho, nativo,

e ao mar de novo me lancei,

de regresso à casa que deixei.

Nas águas enfrentei a fúria divina,

resoluto, venci a minha sina,

com as naus, no Tejo fundeadas,

repletas de riquezas pilhadas.

A El Rei apresentei-me curvado,

com o sangue nas mãos, lavado,

Carregando o ouro negro, que sem vergonha,

trafiquei alegremente, ó coisa medonha.

Exibidos perante o povo analfabeto e bruto

Que julgava ter o poder absoluto,

Incapaz de alcançar a razão

Obediente como um cão.

O reino delirou com as glórias alcançadas

sem se importar com as vidas ceifadas,

El Rei exultou os feitos desta gente insana

Que se julgava impoluta e puritana.

Tantas riquezas esvaídas

tanto sangue, tantas vidas

Tanto desperdício, tanta pobreza

Tanto bruto disfarçado de nobreza!

 

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