Dualidade intrigante
Dentro de cada ser humano, habita uma dualidade intrigante: dois animais, um feroz e outro dócil.
O feroz é aquele que absorve tudo de mau que acontece ao seu redor. Apoquenta-se com rumores e boatos, valorizando-os e permitindo que a negatividade o consuma. Este animal vive em constante estado de alerta, sempre pronto para reagir às ameaças, reais ou imaginárias. É impulsivo, movido por instintos primitivos, pronto para atacar e defender.
O dócil, por outro lado, é calmo, gentil e procura a harmonia. Desvaloriza a mentira e tudo aquilo que não pode controlar. Ele sabe que a verdade é o seu refúgio e o seu rochedo, uma base sólida sobre a qual pode construir a sua vida. Este animal é sereno, e enfrenta as adversidades com calma e sabedoria, sem se deixar abalar pelo caos ao seu redor.
Esses dois animais coexistem num constante combate, cada um procurando prevalecer sobre o outro. A dialética do comportamento humano é, portanto, uma dança constante entre esses dois animais.
A cada momento, temos a oportunidade de decidir qual deles queremos nutrir. E é essa escolha que define quem somos, como navegamos pelas complexidades da vida, e como enfrentamos os desafios da nossa existência.
Alimentar o animal dócil não significa ignorar os problemas, mas antes enfrentá-los com uma perspetiva equilibrada, fundada na verdade. Dessa forma, transformamo-nos naquilo que decidimos nutrir, e é essa decisão que molda o nosso caráter e o nosso destino.
Talvez este texto lhe interesse:
Todos temos os nossos demónios
Imagem:https://br.freepik.com/fotos-gratis/composicao-plana-lay-de-elementos-de-conceito-de-otimismo_12558649.htm#fromView=search&page=1&position=9&uuid=f629f083-6e6d-4f88-a5df-4e6e548053b0