Vivia eu aqui, descansado, em Rio de Moinhos — este recanto pacato onde o tempo anda devagar e os vizinhos ainda dizem bom dia — paredes meias com um criminoso da mais ignóbil condição. E eu, pobre alma tranquila, nada sabia. Partilhávamos talvez a mesma linha (...)
A escassez de valores parece ter deixado o ser humano sedento por escândalo e vazio de discernimento. E é neste cenário que uma simples traição amorosa — um episódio privado, doloroso e tão antigo quanto a própria existência da monogamia — se transforma (...)
18.07.25 | RF |
Dizem que a cura para qualquer coisa é água salgada: lágrimas, suor ou o mar. E talvez seja verdade — porque em cada gota há uma história de resistência. As lágrimas limpam aquilo que a alma já não consegue carregar. São confissões silenciosas, desabafos (...)
17.07.25 | RF |
Entre o silêncio e a palavra mora a verdade que poucos querem ouvir. É nesse intervalo invisível — no respiro antes da confissão, no olhar que hesita, na garganta que seca e engasga — que se esconde o que mais importa. O silêncio pode ser escudo ou cárcere, a (...)
15.07.25 | RF |
Dizem os russos, com aquela solenidade melancólica que só eles dominam, que em Moscovo há demasiadas janelas. À primeira vista, a frase parece saída de um manual de arquitetura soviética, talvez um lamento urbano pela falta de cortinas ou pela corrente de ar que (...)
não melhor que ninguém.
Todos os dias o mundo nos empurra para a comparação — o vizinho que tem mais, o colega que alcançou antes, o desconhecido que parece viver uma vida perfeita. Mas a verdadeira transformação começa quando trocamos a régua do outro pela bússola interior. Ser melhor (...)
11.07.25 | RF |
"O hábito faz o monge" — dizem eles, com a mesma certeza com que afirmam que um jaleco branco faz o médico ou que um capacete transforma qualquer um em engenheiro. É curioso, no mínimo. Se vestir um hábito transforma um homem em monge, então bastará frequentar (...)