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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

A distância engana

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"Como são admiráveis as pessoas que não conhecemos." Uma frase que se reproduz nos corredores da admiração passiva, onde a distância pinta a realidade com pinceladas de perfeição. Afinal, quem nunca se encantou com a vida impecável de um desconhecido nas redes sociais? O seu largo sorriso branqueado, as viagens exóticas e as paixões inspiradoras – tudo isto visto através da neblina romantizada da ignorância.

Mas, e se pudéssemos acompanhar esse mesmo indivíduo por um dia inteiro? Ver as suas crises existenciais, os seus hábitos estranhos e as suas conversas sem sentido? A admiração daria lugar à mais pura realidade, e a aura de perfeição desfazer-se-ia como o açúcar na água.

A verdade é que a distância permite-nos idealizar, enquanto a proximidade nos confronta com a complexidade da natureza humana. E, afinal, quem é realmente admirável? Aquele que aparenta ser perfeito à distância ou aquele que, mesmo com as suas imperfeições, se mostra genuíno e autêntico?

A Ilusão da Perspetiva

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A vida, como um caleidoscópio infinito, apresenta-nos uma miríade de imagens, cada qual moldada pela lente única da nossa perspetiva. É como se estivéssemos todos a olhar para o mesmo quadro, mas cada um vislumbrasse uma obra de arte distinta, dependendo do ângulo em que se posiciona.

A perspetiva, molda as nossas crenças, guia as nossas ações e define a tonalidade das nossas emoções. O mesmo acontecimento pode ser visto como uma tragédia por um, e como uma oportunidade por outro. A diferença reside na lente através da qual observamos o mundo.

É fácil apegarmo-nos a uma única perspetiva, como um barco ancorado num porto seguro. Mas a vida, tal como o mar, está em constante movimento, e as marés da mudança exigem que adaptemos as nossas velas. Ao recusarmo-nos a considerar outros pontos de vista, limitamos a nossa compreensão da realidade e privamo-nos da riqueza que a diversidade de perspetivas nos pode oferecer.

É preciso, portanto, cultivar a arte de questionar as nossas próprias crenças e a coragem de nos colocarmos no lugar do outro. Ao fazer isso, expandimos os nossos horizontes, aprofundamos as nossas conexões e aproximamo-nos de uma verdade mais completa. A verdade absoluta é um mito, e a realidade é um mosaico composto pelas infinitas perspetivas que a compõem.

A nossa perspetiva molda a nossa realidade. Para compreendermos o mundo de forma mais completa, precisamos estar abertos a diferentes pontos de vista.

A Máscara Dourada

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A sociedade, um palco sumptuoso onde todos vestem as suas máscaras mais elegantes. Sorrisos largos, como joias falsas cintilando sob a luz artificial, ocultam as verdadeiras emoções, tão frágeis como vidro fino. As palavras, como moedas falsas, são trocadas em profusão, prometendo um valor que nunca será entregue.

A hipocrisia, a moeda corrente nesse reino de aparências, compra a adesão e silencia as discordâncias. Os elogios vazios ecoam nos salões, enquanto as críticas mordazes são segredadas nos corredores. A inveja, disfarçada de admiração, corrói as relações, transformando os encontros sociais em batalhas silenciosas por estatuto e poder.

Sob a máscara dourada, as almas espreitam-se, famintas por autenticidade. Mas a demanda é em vão, porque a verdade é um bem escasso nesse mundo de ilusões. E assim, a dança continua, um ballet macabro onde todos fingem ser aquilo que não são, presos num labirinto de aparências, incapazes de encontrar a saída.

 

Imagem criada por IA

Dualidade intrigante

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Dentro de cada ser humano, habita uma dualidade intrigante: dois animais, um feroz e outro dócil.

O feroz é aquele que absorve tudo de mau que acontece ao seu redor. Apoquenta-se com rumores e boatos, valorizando-os e permitindo que a negatividade o consuma. Este animal vive em constante estado de alerta, sempre pronto para reagir às ameaças, reais ou imaginárias. É impulsivo, movido por instintos primitivos, pronto para atacar e defender.

O dócil, por outro lado, é calmo, gentil e procura a harmonia. Desvaloriza a mentira e tudo aquilo que não pode controlar. Ele sabe que a verdade é o seu refúgio e o seu rochedo, uma base sólida sobre a qual pode construir a sua vida. Este animal é sereno, e enfrenta as adversidades com calma e sabedoria, sem se deixar abalar pelo caos ao seu redor.

Esses dois animais coexistem num constante combate, cada um procurando prevalecer sobre o outro. A dialética do comportamento humano é, portanto, uma dança constante entre esses dois animais.

A cada momento, temos a oportunidade de decidir qual deles queremos nutrir. E é essa escolha que define quem somos, como navegamos pelas complexidades da vida, e como enfrentamos os desafios da nossa existência.

Alimentar o animal dócil não significa ignorar os problemas, mas antes enfrentá-los com uma perspetiva equilibrada, fundada na verdade. Dessa forma, transformamo-nos naquilo que decidimos nutrir, e é essa decisão que molda o nosso caráter e o nosso destino.

 

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Reflexões

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Imagina acordar todas as manhãs com a certeza de que este é o último dia da tua vida. Como o preencherias? Que escolhas farias? Que palavras dirias?

A verdade é que não sabemos quando será nosso último dia, mas podemos decidir como vivemos cada um deles.
A plenitude da vida está em saborear os pequenos detalhes: o aroma do café pela manhã, o calor do sol na pele, o riso de um amigo, o abraço de alguém querido. É também em aceitar os desafios, aprender com as quedas e celebrar as vitórias.
Abre os olhos para o mundo à tua volta. Sente o vento no rosto, ouve o canto dos pássaros, abraça quem amas. Aprecia a simplicidade e a complexidade da vida. Não deixes para amanhã o que pode ser vivido hoje.
 

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