Trump e os Açores
Donald Trump, homem de sonhos grandes e cabelo desafiador das leis da gravidade, voltou às suas fantasias geopolíticas, lançando olhares ambiciosos para o Canadá, a Gronelândia e o Canal do Panamá. Talvez o ex-presidente pense que colecionar territórios é como juntar propriedades no Monopólio. A Gronelândia? “Um ótimo resort para jogar golfe sobre o gelo.” O Canadá? “Preciso de uma muralha a norte, porque neve nunca é demais.” E o Canal do Panamá? “Por que não privatizar? Chamem-lhe “Trump Waterway!”
Mas, eis que um assessor mal-intencionado — talvez um lusodescendente ressabiado — lhe sussurra ao ouvido: “E as Lajes, nos Açores?” Os olhos de Trump brilham ao imaginar aviões com o seu nome estacionados em plena ilha! “Parece-me perfeito. Façam um deal com os portugueses!”
Mas cuidado, Donald. Os tugas não são canadianos educados, gronelandeses estoicos ou panamianos pragmáticos. Não, não. Os portugueses já despacharam armadas espanholas, inglesas e francesas. E se há uma coisa que os açorianos não perdoam é um forasteiro querer meter a mão na sua terra sem um convite para jantar, com direito a alcatra e vinho da ilha.
Tente apoderar-se da Base das Lajes e verá uma revolta popular a fazer inveja ao Tea Party. Não há muralha ou advogado que o salve da ira açoriana. “Quem é que este homem pensa que é? Donaldo Trumpo? Vai, mas é, pastar!”
O aviso está dado. Cuidado com os Açores, Donald. Por cá, não vendemos ilhas, mas temos de sobra chapéus de cortiça... e são todos à prova de pancada.