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Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Rui Ferreira autor

Nas páginas deste blog, desvendo o meu universo literário. Entre linhas e versos convido-o a mergulhar nas emoções e reflexões que habitam nas minhas palavras. Este é o espaço onde as ideias ganham vida.

Um gesto que é mais do que aparenta ser

09.12.24 | RF

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Num tempo muito antes de apertar um botão para enviar uma mensagem, o aperto de mão era mais do que um simples gesto de cortesia. Quando duas pessoas se encontravam, estendiam a mão direita não só para cumprimentar, mas também para declarar uma trégua silenciosa. A mão aberta mostrava que ali não havia punhal escondido, que a intenção era de paz.

Ao entrelaçar os dedos, não era apenas um contrato social que se selava, mas uma demonstração de confiança. Era um pacto de que a mão estendida não se converteria em punho, que aquele breve contacto de pele era mais poderoso do que qualquer lâmina oculta. O aperto de mão tornou-se, por isso, um símbolo de vulnerabilidade consentida, uma entrega momentânea do poder de ferir o outro.

Este simples gesto de humanidade sobreviveu às eras, lembrando-nos de que, na raiz de toda interação, está a esperança de compreensão e confiança mútua. Assim, sempre que apertamos a mão de alguém, perpetuamos essa antiga tradição, renovando silenciosamente o compromisso de que, pelo menos naquele momento, estamos desarmados e prontos para a paz.